Colhidas tenras do solo
Trocam as raízes pela saudade,
Vivendo da ternura
Que o tempo não apaga de quem amou.
Não nos chegam apenas dos jardins
Delicados e doces perfumes,
Ou arco íris de cores onde se fazem as flores
Vestido para a Primavera.
Em sorrisos abertos,
Envergonhados ou mesmo sem felicidade,
A sua entrega guarda no tempo o momento
Em que uma flor te encostou nos lábios
Onde te viu o peito aberto e lá fez casa.
São elas lágrimas, ápices de (...)
Há muito que poderia escrever sobre os pensamentos de um homem, mas nunca tudo e não tão habilidosamente quanto a mente do homem em si a falar.
Para refletir...
Encosto a cabeça numa almofada de sonhos.
O mundo, do lado de fora, um aglomerado de inconstantes certezas
Que surgem e desaparecem para lugar incerto;
Certamente o mesmo de onde foram avistadas e perdidas de vista...
Retornar a encontra-las não é a surpresa que se sente,
Nem as formas que tais ostentam
Sendo estas poucas vezes diferentes.
O fantástico é encontrar, também de novo, algo em que pensar
Perante o mesmo.
Aproximam-se do nosso ouvido histórias que,
Ju (...)
Há muito que poderia escrever sobre os pensamentos de um homem, mas nunca tudo e não tão habilidosamente quanto a mente do homem em si a falar.
Para refletir...
Há muito que poderia escrever sobre os pensamentos de um homem, mas nunca tudo e não tão habilidosamente quanto a mente do homem em si a falar.
Para refletir...
Há muito que poderia escrever sobre os pensamentos de um homem, mas nunca tudo e não tão habilidosamente quanto a mente do homem em si a falar.
Para refletir...
Atravesso a estrada como que fugindo do escuro.
A calçada molhada, suja e com odores de repugnar a alma
Serve-me de refúgio para aquilo que celeremente passa
A todo o gás.
Talvez sem tempo,
(Quem sabe mesmo sem nada),
Procuram encontrar aquilo que lhes falta... Antes de ser tarde de mais.
E eu? Que corro do alcatrão para a pedra cansada,
Abrigando-me sob postes luminosos
Que o que fazem é projetar sombras
Onde me deveriam iluminar os passos?
Estará tecido no meu destino
Leve como as penas
Voam as pétalas das plantas sem rumo ou destino.
As águas correm vitalícias,
Colorindo as margens e as costas
De verde vivo, e também de vida.
As robustas raízes das árvores
(A)seguram a idade, a filiação e a descendência
Servindo o musgo de manta das mencionadas idosas.
É o vento a música, os pássaros os vocais
E as flores as dançarinas:
A coreografia da vida.
É o lobo selvagem,
A raiva, a ira, a aniquilação da lua e da estrela.
É o (...)
Iluminada pelo brilho da lua
A noite vê-se prolongada por mais umas horas.
Em cima de uma mesa de cabeceira,
Onde o luar penetrante rompe entre o tecido das cortinas
E lhe faz presença,
Está um relógio prateado revelando o tempo.
Quatro e cinquenta
Marcou ao ser levado ao bolso.
Entre a jaqueta operária
E um coração agitado,
Deixa-se transportar aconchegada a prata.
Nuns sapatos gastos mas de sola reforçada
Apressa-se também quem o tempo carrega na algibeira.
Ah (...)
Deixar ir.
Nem tudo o que tem corpo se segura,
Nem tão pouco se aprisiona ou se vai atrás.
É livre a escolha que perseguimos?
Ou aquilo que, estando escrito, nos fez seguir
Sem rumo, sentido ou jeito;
Meio que tropeçando, cambaleando,
Aos soluços e em lágrimas.
Por mais que seja nosso,
É livre de nós a escolha de escolher.
São momentos que passam,
Que nos atravessam a correr
Sem travões para parar a tempo
De nos dar tempo de pensar.
O que fazer depois vai (...)