10.Dez.24
...
Arde.
Queima-me a tez.
Febre quem a tenha
Não esgota assim
Oh, que fervo
Pelo que não existe!
Que fraca existência
Desmerecer-me, logo assim.
Meu peito pulsa
E não sabe porquê.
Minha vista lateja
Cansando-me de vez.
Qual realidade procuro
Se minha criança dorme
Em cima de um muro
Tornando a distância alta
Para o derradeiro pulo...
Quantas retóricas
Minha alma alimenta
E que respostas fez certezas
Pois não quis saber
Nem eu, viver era suficiente.
Quanta vida me ficou
P'la almofada em suores...
À criança que faleceu
Empoleirada no muro
Que tombe de gravidade
Pode ser que outro suba.