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Fui. Sou. Serei...

Pensamentos do (meu) mundo.

Fui. Sou. Serei...

Pensamentos do (meu) mundo.

27.Abr.23

Entre o sonho e a vida

Francisco
Gostava de não saber ler. Tão pouco conhecer uma língua e a escrever. Assim, para realmente viver, E o esplendor da vida (re)conhecer.   É engraçado, esta estória de querer, Faz-se-lo tanto sem nada temer, Não receando o fracasso ou o conceber: Na mente está tudo o que se quer...   Na poesia o homem é Deus. Criador de tudo, Observador de nada. Mais não é que a mão autora De um mundo que concebeu.   É tão simples, um risco desenhar, Uma palavra surgir; Um (...)
27.Abr.23

Agarrem-me palavras, para eu poder fugir

Francisco
Porquê, palavras. Porque não se agarram a mim? Porque me abandonam e deixam cá um motim? Foi algo que fiz, vos ofendi? Peço desculpa... Mas nem isso consigo pedir, sem vocês por aqui.   Preciso de vós, só mais uma vez... Uma única e deixo-vos a sós. E que sejam o que quiserem depois, Mas que sejam isto agora, E para sempre se moldem.   Só vos utilizo em indelicadas poesias, Em melódicas prosas, E vós teimando em ser mais! Mas porque tanto a mim me pedem E (...)
27.Abr.23

Prisioneiro da liberdade

Francisco
Os ventos contorcem-se e brigam Qual tornado devastador Que me atormenta a alma.   Não se corre mais atrás do vento, Não se vive mais a sua brisa fresca. O vento é agora nosso inimigo Pois é visão de liberdade e essa não existe. Os tempos de infância perderam-se...   Chama-se hoje viver segurar num leme E seguir a corrente... Aprumar as velas a favor do vento e velar.   E eu? Que neste tornado me encontro, sigo-te Oh imparável?  Mesmo que quisesse, nunca (...)
31.Jan.23

Realidade

Francisco
Sentado numa esplanada observo em redor. Que há para ver? Nada.   Fito um copo cheio que me foi servido, Se tal pedi é me desconhecido. O conteúdo, contudo, deixa um travo que me é famoso; Sinto-lhe o veneno temporal, que, caindo-me no estômago Me interroga do passado...   O sol certamente expõe-se algures, São cinco horas da tarde (assim o relógio marca), Porém não se consegue avistar em qualquer lado; Tapa-lhe o brilho os prédios Que por mais altos não (...)
13.Jan.23

Dizem-se poetas

Francisco
Surgem-lhes, nas falanges dos dedos  Onde se vê cosida a sua identidade Pigmentos férteis de cor reflexa a seus olhos Absorvidos pela superfície branca que estes acariciam.   Tragado o sonho como bom licor, Lambe-se em devaneios e espasmos Lábios que não proferem o quão doce sentem tal bebida.   Ebriedade absoluta com que cambaleiam o corpo As mãos e a pena De olhar fixo em ponto algum Numa imagem deveras impressionante!   Refugiam o pensamento em papel desbotado, (Vítim (...)
10.Jul.20

Palavras num papel

Francisco
Quem sou e para quem escrevo Não me lembro. Palavras num papel, Nada mais deixo.   O que quero e como Esqueci. Palavras num papel, Nada mais deixo.   Onde e quando, Não me interessa. Palavras num papel, Nada mais deixo.   - Porquê? Ninguém perguntou. Palavras num papel, Nada mais deixo.   Nem sempre o faço. Quantas não apago Às tantas que não escrevo, Muitas nem as leio Mas todas, sempre todas, Carregadas de sentimento.   Estou farto, Com a cabeça (...)
30.Abr.20

Trilho de lágrimas

Francisco
Quantas vezes retorno o olhar ao passado E encontro o dele em mim, Taciturno como uma noite sem luar, Fixando-me o passo cambaleante com que me vê voltar Enamorado em escolhas que já não me pertencem.   Segurou-me o destino pela mão, como a uma criança, Por um parque de diversões de dimensões colossais Onde, como todo bom progenitor, Me afasta da loucura que é brincar em tamanhas criações. Pois o tempo não se esqueceu de passar E cresci. Diabo o leve, que quis ele (...)
14.Dez.19

A beleza da morte

Francisco
Na força de um sopro Despe-se a última flor das suas pétalas, Ascendendo estas pelos ares, como se almas possuíssem, Abandonando o seu caule.    O céu esconde o rosto, qual criança que tropeça e se magoa, Choramingando. E a lua cobre-se com um véu de nuvens negro Reconhecendo que de tão distante é impotente para com o acontecimento.   As almas retornam, como espíritos insatisfeitos pelo seu desfecho, Acolhendo o enlameado solo as frágeis pétalas Sentindo-se (...)