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Fui. Sou. Serei...

Pensamentos do (meu) mundo.

Fui. Sou. Serei...

Pensamentos do (meu) mundo.

20.Mai.23

Reviravolta

Francisco
Reflete-se em estilhaços de vidro quem se vê inteiro, aos bocados. São-lhe os olhos fragmentos da íris, qual vitral gótico antigo e arcaico. O escalpe, exibido como troféu à mente, vê-se tombado e pisado no chão. A boca torcida, (e as palavras dela vindo tortas) E as orelhas enfiadas nas costas escutando sons que já se ouviram E o nariz ao contrário, cheirando não a terra mas o céu.   Olha-se para dentro.   A cabeça a latejar obscuridades e putaria E o coração (...)
19.Mai.23

Fogo de Artificio

Francisco
Que febre que me arde pelas têmporas  Qual pirotecnia cerebral. E estronda, e arrebenta, E ouço risos de quem festeja A morte das estrelas pelo artificial.   Como os vejo correr, os mais novos desalmados atrás do fogo E como se queimam, ao aproximar as mãos à chama E como gritam e como eu os gosto de ouvir guinchar!   Vai o velho sacudir-lhes as cinzas dos corpos E vão eles junto das cinzas. O que me regozijo ao vê-los curvados e negros E vida a ir, como veio, num (...)
16.Mai.23

Congestão

Francisco
Oh lá! Como vão eles de narizes prostrados no ventre Olhando para coisa nenhuma que lhes brilha (n)os olhos!   E quantos não vão mortos, mesmo de olhos abertos E narizes empinados, escutando o vizinho Em confidência com a amante!   Fecha-se com um estrondo, e segue caminho Velha e ferrugenta gerigonça Transportando velhos e ferrugentos.   E eu vou dentro!   Roi-me a alma à mesquinhice. Rasgo a carne e esventro-me; Cai-me as tripas, esvaio sangue nas gentes!   Ainda (...)
27.Abr.23

Entre o sonho e a vida

Francisco
Gostava de não saber ler. Tão pouco conhecer uma língua e a escrever. Assim, para realmente viver, E o esplendor da vida (re)conhecer.   É engraçado, esta estória de querer, Faz-se-lo tanto sem nada temer, Não receando o fracasso ou o conceber: Na mente está tudo o que se quer...   Na poesia o homem é Deus. Criador de tudo, Observador de nada. Mais não é que a mão autora De um mundo que concebeu.   É tão simples, um risco desenhar, Uma palavra surgir; Um (...)
27.Abr.23

Agarrem-me palavras, para eu poder fugir

Francisco
Porquê, palavras. Porque não se agarram a mim? Porque me abandonam e deixam cá um motim? Foi algo que fiz, vos ofendi? Peço desculpa... Mas nem isso consigo pedir, sem vocês por aqui.   Preciso de vós, só mais uma vez... Uma única e deixo-vos a sós. E que sejam o que quiserem depois, Mas que sejam isto agora, E para sempre se moldem.   Só vos utilizo em indelicadas poesias, Em melódicas prosas, E vós teimando em ser mais! Mas porque tanto a mim me pedem E (...)
27.Abr.23

Prisioneiro da liberdade

Francisco
Os ventos contorcem-se e brigam Qual tornado devastador Que me atormenta a alma.   Não se corre mais atrás do vento, Não se vive mais a sua brisa fresca. O vento é agora nosso inimigo Pois é visão de liberdade e essa não existe. Os tempos de infância perderam-se...   Chama-se hoje viver segurar num leme E seguir a corrente... Aprumar as velas a favor do vento e velar.   E eu? Que neste tornado me encontro, sigo-te Oh imparável?  Mesmo que quisesse, nunca (...)