Virado para o mar
Tenho tentado te alcançar,
De braços estendidos
Virado para o mar.
Por vezes sinto-te,
Entrelaçando os teus dedos nos meus,
Oferecendo-me um aconchego celeste.
Outras, vejo-te,
Correndo nas areias do tempo,
Sobre algas e conchas perdidas do mar.
Nalgumas oiço-te,
Cantando como recitando poesia,
Encantando peixes e toda a vida!
Mas aqui ainda me encontro,
Quedado, mirando o mar
Sentindo-o em mim tocar,
Vendo-o por mim passar.
Porque não ficas, ó gloriosa fúria de vida?
Eleva-me, deixa-me em ti flutuar!
Não venhas para mim num dia,
E corras no próximo para o mar...